- França, Pointe du Hoc. Dia 8, Parte III –
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Na costa noroeste da Normandia, em Cricqueville-en-Bessin, voltado para o Canal da Mancha, localiza-se Pointe du Hoc¹, um promontório com uma falésia de aproximadamente 35 metros.
Como sítio integrante da Muralha do Atlântico, Pointe du Hoc foi amplamente fortificado com pesada artilharia pelo Exército Alemão, cujo alcance se estendia às praias de Utah e Omaha. Para que a Operação Neptuno ocorresse de forma célere, era vital neutralizar esta ameaça. Assim, nos dias que antecederam o Dia-D, Pointe du Hoc foi duramente bombardeado; depois, coube ao Coronel James Rudder liderar os U. S. Rangers no assalto ao promontório.
O assalto estava previsto para o romper da manhã de 6 de junho, às 06h30. Todavia, a forte corrente desviou o Batalhão de Rangers, culminando num desastroso atraso: os navios responsáveis por ‘preparem o terreno’ para os Rangers, cessaram fogo à hora prevista (06h25), permitindo aos Alemães recuperarem, reposicionarem as defesas e abrirem fogo. O plano inicial caiu por terra e os Rangers desembarcaram numa pequena praia a Este de Pointe du Hoc.
Escalar a falésia revelou-se uma tarefa árdua. Por um lado, a água agitada molhou as cordas de escalada, tornando-as pesadas, escorregadias e difíceis de manobrar, e enlameou os uniformes. Por outro, algumas cordas eram cortadas e outras estavam debaixo de fogo alemão incessante… Ainda assim, os Rangers treparam Pointe du Hoc.
No topo, o rasto de destruição tornou o sítio irreconhecível: as crateras e os destroços preenchiam (e preenchem) o lugar.
225 Rangers iniciaram o assalto. Sobreviveram 90. Ao 2.º Batalhão de Rangers foi concedida a Presidential Unit Citation.
«Competence. Courage. Sacrifice.», lê-se nas placas interpretativas e explicativas e têm razão.
Depois da caminhada entre as crateras e bunkers, o céu ficou escuro e começou a chover. Então, fomos ao Overlord Museum – o equivalente a um chá quente numa noite de inverno.
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- França, Ste.-Mère Église e La Fière. Dia 7, Parte II e III –
Circulámos por estradas rurais, cujos prados verdes adjacentes se perdem no horizonte, e chegámos a Ste.-Mère-Église, uma localidade cinzenta, escura, fruto da arquitetura e das reconstruções pós-guerra, cheia de vida, de turistas. Estacionámos o carro junto à Igreja (séc. XII) e começámos a visita.
No ano de 1944, a cidade estava sob ocupação alemã. A localização privilegiada, na EN que liga Cherbourg a Paris, assim como é ponto de intersecção de várias outras estradas, tornava premente a sua reconquista. Então, na madrugada de 6 de junho, no início do Dia-D, a 82ª Divisão Aerotransportada e alguns elementos da 101ª, tomaram de assalto Ste.-Mère, tornando-a na primeira localidade a ser libertada pelos Aliados.
Numa simbólica homenagem aos paraquedistas, e também pelo episódio suis generis de John Steele que ficou preso na torre da igreja, bem como a respetiva referência em ‘The Longest Day’ (1962), a Igreja exibe na sua torre um manequim paraquedista (ainda que do lado contrário).
Concomitantemente, os Aliados tinham de defender e tomar diversos lugares, como a ponte de La Fière sobre o rio Merderet, a oeste de Ste.-Mère.
Entre 6 e 9 de junho de 1944, confrontos sangrentos ocorreram em torno de Merderet. No romper do primeiro dia, os Aliados americanos tomaram impetuosamente a ponte. Porém, só a 9, após vários ataques alemães, é que esta ofensiva terminou: o General James Gavin, apoiado pelos tanques que desembarcaram em Utah Beach, coordenou com sucesso um assalto na área que objetivou o controlo rodoviário.
Como tributo aos que aqui padeceram, ergueu-se a estátua Iron Mike, similar à existente em Fort Bragg (EUA), base da 82ª DA.
Aproveitando a proximidade, seguimos em direção a La Fière.
Quando chegámos, o silêncio era apenas rompido por uma ou outra ave que piava e pela água corrente. Havia flores e coroas, placas memorativas, fotografias e nomes… muitos nomes – o preço dum pedaço de terra, duma ponte onde cabem dois carros e da Liberdade.
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