Trecho do Livro Andarilhos Errantes
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[...] Certa vez, um velho mendigo, Tango, me disse: "dormir nas ruas é como dormir no purgatório, entre o Céu, o Inferno e lugar algum. E mesmo às vezes choremos, não adianta chorar, muito menos se perguntar o porquê de tudo. Ninguém vai escutar, porque nunca haverá ninguém". E se alguém pensar que Tango se entregava, está muito enganado. Ele foi o Andarilho mais iluminado que conheci nas ruas, de um coração, de uma alma, de uma compaixão por tudo e todos e um amor cósmico incomensurável. Certa vez, vi ele dividir a marmita que comprou, com o dinheiro das latinhas de cerveja que catava, com todos os Andarilhos ali presentes e ainda alguns cachorros e gatos, do lado da igreja. Jamais me esquecerei daquela cena, sobretudo, quando olhei para Tango e vi seu rosto que parecia transfigurado, como se fosse o próprio Jesus Cristo, rindo, alegremente. Ao sentar perto de mim, o velho e sábio Tango, pôs-se a cantar uma canção mexicana que diz:
"Com dinheiro e sem dinheiro
Faço sempre o que quero
E a minha palavra é a lei
Não tenho trono nem rainha
Nem ninguém que me entenda
Mas continuo sendo o rei"_(Música El Rey, de Composição de José Alfredo Jiménez e famosa na voz de Vicente Fernández). [...]
In____ https://clubedeautores.com.br/livro/andarilhos-errantes
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